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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

OPERAÇÃO GUILHOTINA


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O delegado Allan Dias mostra parte das armas apreendidas; elas seriam vendidas por policiais para traficantes
FOTO: AG. O GLOBO


14/2/2011 

Rio: 30 policiais suspeitos presos


Ao todo, são 38 pessoas detidas; os policiais acusados movimentavam até R$ 50 mil por dia
Rio de Janeiro. Um inspetor se entregou, ontem, elevando para 38 o número de presos na Operação Guilhotina, no Rio, dos quais 30 são policiais (20 militares e 10 civis). Eles são acusados de participação em quatro organizações criminosas. A Polícia Federal afirmou que alguns dos 45 acusados na operação chegaram a movimentar até R$ 50 mil por dia em suas contas bancárias.

Os policiais apreendiam armas em favelas e, depois, as vendiam a traficantes rivais. Em outra frente, cobravam R$ 100 mil para informar criminosos sobre operações policiais. Também estavam envolvidos com uma milícia em Ramos (zona norte do Rio), que extorquia moradores em troca de "segurança". E davam proteção a casas de jogos.

A PF apresentou, ontem, parte das armas apreendidas na operação - duas carabinas 38, dois fuzis 556, sete pistolas, um revólver, 12 rádios de comunicação, e 4.000 a 5.000 balas, a maior parte apreendida na 22ª Delegacia de Polícia, na Penha. Foram apreendidos ainda R$ 60 mil e 700 euros.

O delegado federal Allan Dias, que comanda a operação, disse a que investigação continua e pode haver mais pedidos de prisão.

O preso mais graduado é o delegado Carlos Oliveira, que foi subchefe Operacional da Polícia Civil do Rio e recentemente havia assumido a subsecretaria de Operações da Secretaria Especial da Ordem Pública do município do Rio. Ele será exonerado. No último sábado, foi transferido da sede da PF, no centro do Rio, para o presídio Bangu 8, na zona oeste. Seus advogados não deram entrevista.

Segundo Allan Diasi, se a ação fosse realizada logo após a ocupação do Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio, em novembro passado, as armas apreendidas lotariam uma sala inteira.

De acordo com o delegado, se os policiais foragidos não se apresentarem em até um mês, contando a partir de sexta-feira (11), serão demitidos por serem funcionários públicos.

Ontem, o arquivo cartorário da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Draco) foi lacrado pela Operação Guilhotina para passar, hoje, por uma devassa da corregedoria. Os agentes de plantão foram impedidos de sair.

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