Antônio Ferreira Pinto, que comandava a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, pediu exoneração do cargo; governador Geraldo Alckmin admitiu "dificuldades" que o Estado vem enfrentando diante da onde violência e prometeu "trabalho redobrado"; quem assume é Fernando Grella, ex-procurador da Justiça
247 – Depois de mais de cinco meses de violência vivida no Estado, o Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, pediu exoneração do cargo. Ele vinha sendo criticado por declarações polêmicas sobre a guerra recente entre a Polícia Militar e a principal facção paulista, o PCC (Primeiro Comando da Capital), e sofria resistência dentro da corporação desde que assumiu o comando da Secretaria.
Em seu lugar, assume o ex-procurador geral de Justiça Fernando Grella.
O governador Geraldo Alckmin disse que reconhece as "dificuldades" que o Estado vem enfrentando com a onda de violência e anunciou que o trabalho será redobrado. "Nós reconhecemos as dificuldades que estamos passando e vamos nos empenhar de forma redobrada neste trabalho", disse. Alckmin elogiou a atuação de Ferreira Pinto à frente da Secretaria. "O secretário Ferreira Pinto trabalhou conosco quase sete anos, foi um bom secretário de Administração Penitenciária e secretário da Segurança Pública, colocou o cargo à disposição". Segundo ele, o sucessor tem "grande experiência".
Alckmin já busca outros três nomes para substituir Ferreira Pinto antes da onda de criminalidade dominar São Paulo, em maio. Depois que as noites de violência foram ficando mais frequentes, porém, decidiu mantê-lo. Segundo o tucano, uma troca neste momento significaria mais insegurança para a população e erro estratégico de sua administração. Depois de uma madrugada com ainda mais mortes do que a média diária vinha registrando, o Secretário finalmente foi trocado. Entre os discursos que dava, Ferreira Pinto costumava garantir à população paulista que tudo estava sob controle e que o PCC era uma organização falida.
Fernando Grella, novo Secretário de Segurança Pública
Chacina na Grande São Paulo
Na madrugada de terça para quarta-feira, dez pessoas foram assasinadas, 13 ficaram feridas e um ônibus foi incendiado na região metropolitana de São Paulo. Num dos casos, um adolescente morreu depois de balear um policial militar em uma tentativa de assalto na zona leste da capital. No município de Itaquaquecetuba, três pessoas morreram e uma sobreviveu a uma chacina na noite de ontem. Um ônibus foi incendiado na zona leste da capital.
Em Guarulhos, cinco homens foram baleados – um deles morreu – enquanto estavam na frente de um bar. Os ataques vieram de pessoas encapuzadas que estavam em duas motos. Houve confrontos com a polícia em Diadema, onde um suspeito ficou ferido, e Ferraz de Vasconcelos, onde um homem armado de metralhadora trocou tiros com policiais e morreu. Dois adolescentes também foram baleados e morreram em Osasco. O autor dos disparos não foi identificado. Na capital, uma pessoa morreu e três ficaram feridas.
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