Acusado de matar Mércia Nakashima em 2010, o advogado e policial aposentado Mizael Bispo de Souza se entregou
O advogado Ivon Ribeiro, que defende o também advogado e policial aposentado Mizael Bispo de Souza, afirmou que o seu cliente está sofrendo uma perseguição pessoal do promotor Rodrigo Merli Antunes e da Polícia Civil de São Paulo. Conforme Ribeiro, Mizael, acusado de matar a advogada Mércia Nakashima em 2010, resolveu se entregar na última sexta-feira por não suportar mais que sua família e amigos sejam perseguidos. O advogado disse ainda que o o promotor quer condenar Mizael "através da imprensa".
"É uma perseguição, o caso virou pessoal em relação ao promotor. Eles
(acusação) falaram muito e estão num processo de condenação via imprensa. Meu
cliente nunca saiu de Guarulhos (SP) ou se afastou mais de 500 m do bairro onde
vive", argumentou Ribeiro.
O Ministério Público (MP) rebateu que as cinco tentativas de habeas-corpus em
favor de Mizael e os pedidos de revogação da prisão foram negadas pela Justiça.
O acusado estava foragido desde dezembro de 2010. Segundo o Tribunal de Justiça
de São Paulo (TJ-SP), Mizael apresentou-se ontem ao juiz Leandro Bittencourt
Cano e foi encaminhado ao presídio Romão Gomes, especial para policiais
militares.
Para Ivon Ribeiro, ele resolveu se entregar para preservar sua família e
amigos. "Houve uma série de arbietraridades durante o ano por parte da Polícia
Civil, que invadia o bairro atrás dele, entrava na casa de pessoas, conhecidos e
vizinhos. A família estava sendo claramente perseguida e isso é muito ruim, não
deveria ter acontecido. Vendo isso, ele quis se entregar".
Além de Mizael, teve decretada a prisão o vigia Evandro Bezzerra Silva, que
teria ajudado o advogado na execução da ex-namorada e está foragido. A Justiça
determinou que ambos sejam levados a júri popular. O Terra procurou o promotor
Rodrigo Merli Antunes, mas não obteve retorno. Já a Polícia Civil avalia se irá
responder ao advogado Ivon Ribeiro.
O caso Mércia
A advogada Mércia Nakashima, 28 anos, desapareceu no dia 23 de maio de 2010 e
foi encontrada morta no dia 11 de junho, em uma represa em Nazaré Paulista, no
interior de São Paulo. A perícia apontou que ela levou um tiro no rosto, mas
morreu por afogamento quando seu carro foi empurrado para a água. O principal
suspeito do crime é o ex-namorado de Mércia, o policial aposentado Mizael Bispo
de Souza, que não aceitaria o fim do relacionamento. O vigia Evandro Bezerra
Silva é suspeito de ter auxiliado Mizael no crime.
Logo após a morte de Mércia, Evandro teria fugido para Sergipe, onde foi
preso em julho do mesmo ano. Em um primeiro momento, ele disse ter ajudado
Mizael a fugir, mas voltou atrás depois, alegando ter sido torturado para
confessar o crime. Rastreamento de chamadas telefônicas feito pela polícia com
autorização da Justiça colocariam os dois na cena do crime, de acordo com as
investigações.
Além disso, a polícia encontrou nos sapatos do ex-policial pequenas manchas
de sangue, fragmentos de osso e chumbo, além de uma alga presente na represa.
Mizael chegou a ter a prisão decretada em agosto, mas o mandado foi revogado
dias depois. No mesmo mês, Evandro foi solto. Ambos negam todas as acusações.
No dia 7 de dezembro de 2010, a Justiça de Guarulhos decretou a prisão
preventiva de Mizael e de Evandro, e determinou que ambos fossem levados a júri
popular pelo crime.
O ex-namorado de Mércia foi denunciado por homicídio triplamente qualificado
(motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa
da vítima) e ocultação de cadáver. O vigia foi denunciado por homicídio
duplamente qualificado (emprego de meio insidioso ou cruel e mediante recurso
que tornou impossível a defesa da vítima) e ocultação de cadáver.
Fonte: http://www.meionorte.com/noticias/geral/caso-mercia-advogado-de-mizael-acusa-promotor-e-policia-de-perseguicao-158228.html
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